Os novos rumos dos buscadores da Internet
Eduardo Favaretto
A Internet passa atualmente pelo seu momento 2.0, a chamada “Internet Viva” onde as redes sociais entraram em cena, os blogs despontaram como a nova mídia de informação e interação em massa e a “cauda longa”, auxiliada pelo marketing viral, passou a enfatizar a criação de produtos e serviços cada vez mais específicos, para um público mais exigente e participativo, ansioso para aproveitar a inteligência gerada coletivamente.
Diante deste novo cenário, é possível considerar que o setor de buscas na Internet ainda está na sua infância, com muitas oportunidades a serem exploradas.
Os novos buscadores consideram três apelos principais: melhoria da tecnologia, da interface do usuário e da especificidade dos resultados obtidos - estes podem coexistir ou não numa mesma ferramenta de busca.
O Snap (www.snap.com), que no resultado das buscas mostra instantaneamente um preview do site relacionado, dispensa o clique do usuário para visitá-lo e torna possível votar quanto à qualidade do link: útil (Perfect) ou inútil (Junk) - sua grande novidade: você economiza tempo de navegação sem abertura desnecessária de novas páginas e ainda participa com sua opinião pessoal.
Pela Web Semântica, uma forma de ”pesquisar por significados”, o Hakia (www.hakia.com) é uma opção. Você pode procurar por perguntas, sentenças, frases ou palavras-chaves. Em versão beta, promete melhorias em breve.
O Clusty (www.clusty.com) chama atenção pelo ótimo método, que considera relevante os fragmentos do resultado de cada busca, conhecido por clustered search ou clustering engine. Este analisa os primeiros links (entre 200 a 500) que resultaram de uma busca do usuário e mostra os principais temas, agrupados por pastas e subpastas. Similarmente no SRC Beta (rwsm.directtaps.net), pesquisadores da Microsoft também experimentam esta tecnologia, ainda não disponibilizada nos produtos da empresa, que optou pelo lançamento do Live Search (www.live.com).
O SearchMash (www.searchmash.com) é uma iniciativa do Google. Numa pesquisa típica, uma barra lateral permite estendê-la a consultas relacionadas a imagens, a blogs, a vídeos e à wikipedia, num único clique. O usuário pode opinar se os links resultantes foram satisfatórios ou não.
O fundador da Wikipedia, Jimmy Wales, em http:// search.wikia.com/wiki/Search_Wikia convoca toda a comunidade para ajudar na criação de um mecanismo de busca com código aberto “que mude tudo” – conforme o jargão da logomarca do serviço, ainda sem nome oficial. Neste gancho, a empresa Searchme Inc. apresenta o WikiSeek (www.wikiseek.com) que já faz uso dessa extensa base de informações. Uma startup de São Francisco promete que o Powerset (www.powerset.com) – a ser lançado até o final de 2007 – terá o diferencial de um novo sistema que "entenderá" o significado das palavras-chaves buscadas, criando novos inter-relacionamentos entre elas. O coração do mecanismo fará uso de tecnologia baseada em NLP (Natural Language Processing) ou Processamento Natural de Linguagem, licenciada da empresa Palo Alto Research Center (PARC), divisão de pesquisas da Xerox Corp., que trabalha nesta tecnologia há cerca de 30 anos.
O ChaCha (www.chacha.com) inova ao colocar uma equipe de pessoas de plantão (humanos, não máquinas) para atender os usuários. Se você faz uma busca e não está feliz com o resultado obtido, pode clicar num botão para conectar-se via chat em tempo real com um guia humano que prestará auxílio.
Faltou algum outro nesta lista? Evidentemente que sim, o assunto não se esgota. Existem centenas de outros bons mecanismos, cercados por pesquisadores e investidores ávidos por um dia, tornam-se a “bola da vez” neste nicho de mercado. Essa é mais uma garantia que também teremos liberdade em nossas escolhas, digo, nossas buscas.
Todos os direitos reservados. Copyright 2008